21 de abril de 2011

O Melhor e o Adequado

Imagem retirada da internet
Certo professor meu defendia ardorosamente em suas aulas de Administração dos Materiais que não poderíamos, na nossa vida administrativa, querer sempre o melhor. O melhor era muito caro! As organizações demandavam, sim, o adequado. Para uma escola, colocar o papel de secar as mãos de melhor qualidade do mercado pode nos obrigar a tirar recursos do material didático, pois não existirá recurso para colocar tudo de primeira linha. Essa sabedoria simples chamou-me a atenção e levei-a para a minha vida profissional. Mas, analisando a sua propriedade, vemos que a nossa vida como Espíritos imortais encarnados na Terra também demanda um pouco dessa visão.

O melhor é insustentável, pois o melhor de hoje não é mais o melhor de amanhã. O melhor exclui, torna-se obsoleto com grande velocidade. O adequado atende. Na vida nos digladiamos cotidianamente pelo melhor e esquecemos que poderíamos estar satisfeitos com o adequado. Matamos um leão a cada dia para dar o melhor aos filhos, quando eles necessitam do adequado e de nós. A busca pelo melhor é infinita, efêmera.

O melhor é competitivo, olha para o lado. O adequado é para si, olha para quem dele precisa. Muitos no mundo sofrem pela falta do adequado e muitos outros se debatem em tristeza pela falta do melhor. O melhor é construído, o adequado é real. É fundamental identificarmos em nossa vida o que é adequado, o que é necessário para nos atender e aos que de nós dependem. O melhor precisa ser acompanhado da ostentação. O melhor é para poucos, o adequado atende a mais pessoas.

O melhor é elitista. O melhor demanda escolhas, pois os recursos são limitados. O adequado é distributivo, vai de encontro às necessidades, sem ser mínimo. O melhor é fruto de um processo de comparações, para se chegar a um eleito. O adequado é fruto de um processo de investigação do atendimento de uma necessidade. O melhor ocupa os lugares do adequado.

O melhor é consumista. O adequado é o necessário. Às vezes não precisamos do melhor, mas insistimos em tê-lo. O adequado nos serve. O melhor, só ele serve. O adequado nos exige adaptação. O melhor é a originalidade da exceção. O melhor sempre custa muito caro. O melhor sempre é alvo de disputa.

Como Espíritos imortais, viajores da estrada da existência, em relação aos bens materiais devemos cultivar a lógica do adequado, identificando o inadequado, o ocioso e o inservível, pois esses podem ser adequados a outros irmãos. A corrida pelo melhor nos aprisiona aos bens materiais, cujo valor de uso é suplantado pelo seu valor de troca, onde ter é um mecanismo de mercado que nos importa não pelo que aquela coisa nos atende e sim pelo que ela vale em relação aos outros. Construímos castelos de objetivos distantes da nossa vida espiritual. Faz-se mister nos libertarmos da busca desenfreada pelo melhor, insuflada pela propaganda massificada, colocando as coisas materiais no seu lugar, o lugar adequado.

autor: Marcus Vinícius de Azevedo Braga


5 comentários:

Jackie Freitas disse...

Oi Lu, minha querida amiga!
Adorei o texto! Adorei!!!
A mensagem vem de encontro ao que penso, pois acredito que é justamente a busca pelo melhor que nos faz perder o foco das coisas importantes e nos distancia de nossa evolução. Uma vez escrevi um texto colocando (na minha visão) a diferença entre o que é importante e o que é necessário. Algo nessa linha...
Acho que o "melhor", além de se tornar obsoleto rapidamente, acaba sendo relativo, porque nem tudo o que é melhor para mim pode ser para os outros!
Vamos nos concentrar em oferecer o adequado, pois assim, atenderemos, dentro de nossa capacidade, a muitas pessoas... Deixemos o melhor dentro de nós, para que possamos diluí-lo e distribuir adequadamente a todos que estimamos e aos que necessitam...
Grande beijo, minha linda!
Parabéns pelo belíssimo texto escolhido!
Jackie

Anônimo disse...

Ola Bom dia Luciana,
Outro dia ouvi uma frase muito boa de um pastor que dizia: è melhor ser um pequeno comerciante do que um grande empresario falido.
No contexto da frase falava de pessoas que nao reconhecem a sua estrutura psicologica e buscam sempre lugares altos.

Então a cada vez que ele buscava o que existia de melhor o fazia pra sua perturbação, pois
por nao ter estrutura pra lidar com aquilo depois de ter se destruia a si e aos outros.
Ele deu como exemplo um homem que busca a melhor mulher, e era aquela mais linda, e depois de conseguir, não deixava por certas roupas, ter amigos, sair sozinha... Por insegurança,
falta preparo.

MAs Muitos são assim por não conseguirem se livrar da maldita comparação da sua vida com a dos outros, entao vivem infelizes com o que tem, sempre vislumbrando uma coisa melhor, perfeita, em vez do adequado a ele naquele momento, gostei muito do texto, parabens pela postagem.
Abraço

luciana disse...

Minha querida amiga Fênix...

boa tarde!!!

Sempre pensei assim: nem tudo o que custa mais caro tem que ser o melhor... nem sempre o modelo mais moderno é o que atende melhor as minhas necessidades e nem sempre a forma como uma pessoa realiza (e bem) determinadas tarefas é a única forma de ser realizada... posso fazer a mesma coisa de uma outra maneira e dar certo também...

Por isso a importância entre refletirmos a respeito sobre o melhor e o adequado... Deixemos o adequado fazer parte de nossas vidas da melhor maneira possível!!!

Beijos e super obrigada pelo comentário sempre tão completo!!
Lu

luciana disse...

Querido amigo Augusto, boa tarde!!!

Você ressaltou muito bem quando diz respeito a maldita comparação entre a sua vida com a dos outros... muitas pessoas realmente, não conseguem ser felizes com aquilo que tem... não consegue enxergar que outras tantas pessoas gostariam de ter uma milésima parte do que ela possui e seria muito feliz...
Vivem naquele pensamento: se eu tivesse "aquele" carro eu seria feliz... se eu morasse naquele bairro eu seria feliz... se eu tivesse aquele cabelo eu seria feliz... e com isso ela nunca descobrirá que ser feliz depende dela mesma e não do que o mundo dita como felicidade...

Muito obrigada amigo pelo belíssimo comentário!!!
Bjs e uma linda tarde... muito feliz!!!
Lu

Erica; O amor está na rede! disse...

Querida Lu,
Já tinha lido este texto, mas não havia comentado ainda.
Isso me fez lembrar de quando eu tentava ser a pessoa mais perfeccionista do mundo. Ficava exausta e, no final, as pessoas esperavam bem menos de mim. Até que uma vez fiz um teste - entreguei um trabalho de um jeito que achei "meia-boca" e meu ex-chefe o achou maravilhoso. Sim, eu queria o melhor. Mas o adequado já era suficiente e entregar mais do que o suficiente... seria apenas perda de tempo!
Hoje eu só quero o adequado!
Beijo enorme,
Erica

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