17 de novembro de 2010

O Perdão





Qual seria a melhor forma de reparar um mal? Sofrendo a pena de Talião (olho por olho dente por dente)? Não. Como disse Ghandi, se assim fosse acabaríamos todos cegos e desdentados. Então a reparação do mal seria sofrendo uma agressão, ainda que menor? Também não, porque aí seria necessário que sempre houvesse agressores disponíveis.

Na minha opinião, a melhor forma de reparar um erro é consertando. Fazendo as pazes, convivendo em harmonia. Muito bonito, né? Mas aí aparece uma dificuldade. As pessoas se aproximam por afinidade, seja ela negativa ou positiva. A positiva gera progresso, a negativa gera mais problemas...

Entretanto existe uma forma de tornar uma associação negativa positiva, gerada pela necessidade de reparação. É através do perdão. Quando alguém perdoa sinceramente é porque para ele deixou de existir motivo para um sentimento negativo. Cessado este sentimento, passando a um estado neutro, aí então o caminho está aberto para uma verdadeira aproximação positiva. Aí então, e somente aí, começa a reparação de um erro.

Existe um outro aspecto importante nisso tudo. É que nenhum de nós é santo. Ou seja, já cometemos erros... E não nos arrependemos disso. E não estamos tentando consertar as besteiras que fizemos. Por isso o mal é necessário. Nossos corações são duros e achamos que estamos sempre certos. E quanto mais arraigados nesta certeza, mais esforço (ou mal) será necessário para que despertemos para a real necessidade do perdão.

Interessante como na criação tudo se interliga...

Pensando sobre o tema “perdão” comecei a achar que o motivo é muito parecido. Porque será que o perdão é necessário? Porque precisamos aprender a perdoar? Em princípio, quem deve perdoar é a pessoa ofendida, agredida. Entretanto, como Jesus disse, “ai de por quem venha o mal”. Posso concluir então que aquele que provocou o mal deverá repará-lo. Eu me lembro com freqüência daquelas palavras de Jesus, quando perguntado porque havia tanto mal. Para quem não se lembra, ele disse que o mal era necessário por causa da dureza de nossos corações, mas ai de quem trouxesse o mal.

Muita Paz,

José Cid



Fonte: http://www.espirito.org.br/


10 de novembro de 2010

Testamento Natural



Por muito aspire o homem ao isolamento pertencerá ele à coletividade que lhe plasmou o berço, da qual recebe influência e sobre a qual exerce influência a seu modo.
Alguém pode, sem dúvida, retirar-se da atividade cotidiana com o pretexto de garantir-se contra os erros do mundo, mas enquanto respira no mundo, ainda que o não deseje, prossegue consumindo os recursos dele para viver.
Qualquer pessoa, dessa forma, deixa ao desencarnar, a herança que lhe é própria.
No que se refere às posses materiais, há no mundo testamentos privados, públicos, conjuntivos, nuncupativos, entretanto, as leis divinas escrituram igualmente aqueles de que as leis humanas não cogitam, os testamentos naturais que o espírito reencarnado lega aos seus contemporâneos através dos exemplos. Aliás, é preciso recordar que não se sabe, a rigor, de nenhum testamento dos miliardários do passado que ficasse no respeito e na memória do povo, enquanto que determinados gestos de criaturas desconsideradas em seu tempo são religiosamente guardados na lembrança comum.
Apesar do caráter semilendário que lhes marcam as personalidades, vale anotar que ninguém sabe onde teriam ido os tesouros de Creso, o rei, ao passo que as fábulas de Esopo, o escravo, são relidas até hoje, com encantamento e interesse, quase trinta séculos depois de ideadas.
A terra que mudou de dono várias vezes não é conhecida pelos inventários que lhe assinalaram a partilha e sim pelas searas que produz.
Ninguém pode esquecer, notadamente o espírita, que, pela morte do corpo, toda criatura deixa a herança do que fez na coletividade em que viveu, herança que, em algumas circunstâncias, se expressa por amargas obsessões e débitos constringentes para o futuro.
Viva cada um, de tal maneira que os dias porvindouros lhe bendigam a passagem.
Queira ou não queira, cada criatura reencarnada, nasceu entre dois corações que se encontram por sua vez ligados à certa família – família que é célula da comunidade.
Cada um de nós responde, mecanicamente, pelo que fez à Humanidade na pessoa dos outros.
Melhoremos tudo aquilo que possamos melhorar em nós e fora de nós.
Nosso testamento fica sempre e sempre que o mal lhe orienta os caracteres é imperioso recomeçar o trabalho a fim de corrigi-lo.
Ninguém procure sonegar a realidade, dizendo que os homens são como as areias da praia, uniformes e impessoais, agitados pelo vento do destino.
A comunidade existe sempre e a pessoa humana é uma consciência atuante dentro dela.
Até Jesus obedeceu a semelhante dispositivo da vida.
Espírito identificado com o Universo, quando no mundo, nasceu na Palestina e na Palestina teve a pátria de onde nos legou o Evangelho por Testamento Divino.



Médium: Francisco Cândido Xavier

Espírito: André Luiz

4 de novembro de 2010

Hora Vazia



Quando as mãos repousam, a mente é defrontada pelo problema da hora vazia.

Se você procura a integração com o Divino Mestre, aprenda a utilizá-la.

Pense no irmão enfermo que reclama socorro espiritual e auxilie-o com as suas vibrações de carinho, se as circunstâncias lhe não favorecem a visita pessoal.

Plante uma árvore benfeitora.

Busque a companhia do livro edificante e tente fixar-lhe as lições.

Tome um lápis e faça anotações que lhe sirvam à memória ou escreva alguma frase consoladora que possa contribuir na sementeira de reconforto e bom ânimo.

Aproveite o ensejo para uma palestra em que você coopere na ressurreição do companheiro que caiu em desalento.

Comente a grandeza do bem, evitando, no entanto, o diapasão do discurso solene, a fim de que você alcance a intimidade dos ouvintes e consiga renová-los.

Medite, à frente da Natureza que oferece espetáculos prodigiosos da Sabedoria Divina, desde a casa minúscula da formiga até o firmamento cravejado de estrelas, recolhendo no imo do ser a essência imperceptível da instrução celestial.

Fixe a atenção em tudo o que seja útil e nobre, bom e belo, e não se desvie, porque no repouso dos braços, quando chega o problema da hora vazia, os semeadores do mal encontram larga oportunidade ao plantio da discórdia e da incompreensão, junto do qual, você, imperceptivelmente, começará perdendo o tempo, complicando as próprias lutas e sombreando o caminho terrestre, para depois perder inutilmente a própria vida.


Livro: Irmãos Unidos.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Espírito: André Luiz