7 de setembro de 2008

Alma Amiga

Alma amiga e boa
Nesta hora que se apregoa
A alegria da amizade,
Aqui estamos em prece
No amor que nos aquece
A real fraternidade.

Quanta bênção se irradia
Na pureza da alegria
De nossa singela união.
Nada de pompa e circunstância
Mas a naturalidade da infância
Nos apelos do coração.

Somos irmãos do caminho
Tecido em áureo arminho
Cercado por campos de flores.
Não nos detém o sofrimento
O suor, a luta e o tormento
Das cruzes de nossas dores.

Temos a fé por Constancia
Aplacando a nossa ânsia
Para a vida plena de paz.
Qual tocha viva de luz
Que ao roteiro certo conduz
Clareando amor pertinaz.

Amizade que é verdadeira
Somente é aquela certeira,
Sem rusgas e dissensão.
Neste caminho sem atalho
Todos temos muito trabalho
Na escola da compreensão.

A simplicidade é nossa guia,
Belo tom de harmonia
Que nos afina no mundo
Tocando a nota sublime
Que nesta terra se exprime
No amor mais profundo.

De Chico tivemos o exemplo
Mostrando que o mais alto templo
Erige-se no coração.
Sigamos o tarefeiro,
Missionário verdadeiro
De nossa redenção.

Veio ele em nome do Cristo
Carregando o amor entrevisto
Por tesouro da própria alma.
Operou simples e austero,
Agiu no ideal sincero
De paz, união e calma.


Fez-se o menor de todos,
Suportou muitos apodos,
Pedrada e desilusão.
Respondeu com silencio e prece
No cadinho que engrandece
A mais pura devoção.

Com isso, amando e servindo,
Foi aos poucos construindo
Trilhas num chão de estrelas,
E mesmo querendo apagar-se,
Não deixou de iluminar-se
No afã de entendê-las.

A sombra que nos encobre
O espírito rude e pobre
Foi esquecida pelo nobre servidor.
Chamou-nos com candidez
A amparar a viuvez
Espalhando paz e amor.

Lembrou-nos a indefesa criança
Necessitada de esperança
Assim como a idade tardia.
Aos nus ofertou agasalho,
À miséria, trabalho,
Ao desespero, harmonia.

Bateu de porta em porta
Levantando a esperança quase Morta
Dos filhos do Calvário.
Como a dizer-nos, simplesmente,
Para toda a alma crente,
Que a caridade é corolário.


Fez amigos em toda parte
Com o pão que se reparte
Na bênção que vem do livro
– Esclarecimento e consolo
Afastando o egoísmo tolo
Com a bondade e seu crivo.

E nessas tramas iluminadas
Soam novas clarinadas
Ao coração de todo o povo.
E toda a gente reclama
A continuidade dessa chama
Que se acenda de novo.

E, da celeste morada,
Sopra a nova baforada
De paz e renovação.
Do alto dos céus infinitos
Desce a consolação aos aflitos
Por nossa escola e lição.

E o povo brada que quer
Para sempre com ele e Jesus
A presença da terna luz
Do cândido Chico Xavier.

Maria Dolores

(Poema psicografado pelo médium Geraldo Lemos Neto, na noite de 21 de abril de 2008, em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade.)

fonte: O Espírita Mineiro
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - JULHO / AGOSTO - 2008 NÚMERO 304

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